Minas Gerais exporta 60% mais para Hong Kong - ALÔ ALÔ CIDADE

Minas Gerais exporta 60% mais para Hong Kong

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Faturamento do setor com exportações cresceu 85%; altas ocorreram em função de surto de diarreia suína nos EUA

27/09/2014 11:47
As exportações mineiras de carne suína para Hong Kong, em agosto de 2014, apresentaram incremento de 85% no faturamento frente a igual mês do ano anterior, com a movimentação de US$ 2,9 milhões. Em volume o aumento foi de 60%, somando 984 toneladas. Com o resultado, Hong Kong, respondeu por 65,9% das negociações do produto mineiro com o mercado internacional no mês de agosto, superando a Rússia, que é a principal compradora de carne suína mineira. O incremento tem como justificativa à redução da produção de suínos nos Estados Unidos, devido aos casos de Diarreia Epidêmica Suína (DES) diagnosticados no plantel, o que limitou os embarques para a China.

Expectativa da Asemg é manter crescimento nas exportações para Hong Kong e abrir comércio direto com a China -
Foto: Divulgação

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), também foi verificado incremento nos embarques de agosto frente a julho de 2014. No período o aumento foi de 24% em faturamento, uma vez que a receita movimentada em julho era de US$ 2,3 milhões. Em relação ao volume, a alta ficou em 11,4% com o embarque de 984 toneladas em agosto frente as 883,7 tonelada despachadas em julho.

Para a assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Seapa, Márcia Aparecida de Paiva Silva, a expectativa é que os embarques continuem em alta.

"O segundo semestre, normalmente, concentra a maior demanda pelos produtos do agronegócio, inclusive de carne suína. Com isso, acreditamos que os embarques para Hong Kong também continuarão em crescimento", disse Márcia.

Um dos fatores que justifica o crescimento significativo nos embarques é a queda da oferta de carne suína norte-americana, principal fornecedor do mercado chinês, o que abriu oportunidade para os suinocultores mineiros. Minas Gerais, apesar de não comercializar diretamente com a China, está sendo beneficiada com esta redução dos EUA, uma vez que a demanda vinda de Hong Kong (Estado autônomo em território chinês com regras próprias de importações), abastece também os demais estados da China.

Expectativa - Para o presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Antônio Ferraz, o mercado chinês é promissor e a expectativa é manter as exportações para Hong Kong em alta e, também, buscar abertura do mercado da China.

"A China é o principal produtor de carne suína e, mesmo assim, não é auto suficiente. O país também enfrenta problemas sérios em relação à sanidade e a produtividade, que é baixa. Para se ter ideia, enquanto uma leitoa na China produz 12 leitões por ano, em Minas Gerais, uma matriz gera de 30 a 32 animais por ano. Produzimos uma carne de alta qualidade. Por isso, estamos expandindo as negociações com Hong Kong e, indiretamente, atendendo o mercado chinês como um todo. Dessa forma também temos condições de buscar a abertura do mercado Chinês em função da nossa qualidade", explicou Ferraz.

O crescimento dos embarques para Hong Kong é visto como uma boa oportunidade para diversificar os parceiros comerciais do Estado. De acordo com a Seapa, ao longo dos primeiros oito meses do ano, a Rússia respondeu pela aquisição de 80,8% da carne suína exportada por Minas Gerais, movimentando US$ 81 milhões e comprado 19,3 mil toneladas. No mesmo período a participação de Hong Kong, que é o segundo maior importador, ficou em apenas 11%, com faturamento US$ 11 milhões e 4,5 mil toneladas de carne suína.

"A diversificação é fundamental para evitar prejuízos. Concentrar as vendas em um país só é arriscado e em caso de crises, o impacto é muito severo", explicou Ferraz.

Com os embarques em alta, os preços da carne suína no mercado nacional estão remunerativos e contribuindo para a recuperação financeira do setor. O quilo da carne suína apresentou valorização de 8,17% no acumulado dos nove primeiros meses do ano, sendo negociado a R$ 4,5 em setembro.

Informações: Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).
Leia mais em: Diário do Comércio