Valor Bruto da Produção da agropecuária mineira deve recuar 0,7% neste ano - ALÔ ALÔ CIDADE

Valor Bruto da Produção da agropecuária mineira deve recuar 0,7% neste ano

Compartilhar isso

Culturas foram avaliadas em R$ 46,4 bi, com alta de 1,4% na pecuária e retração de 2,3% na agricultura

15/09/2014 02:11 
O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária mineira, calculado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), com base nos dados do período de janeiro a agosto, deve encerrar o ano com pequena queda de 0,7%, frente a igual período do ano passado. As culturas foram avaliadas em R$ 46,4 bilhões. Até julho, o setor esperava um recuo de 0,89%. O VBP da agricultura encerrou o período com queda de 2,3% e a pecuária com crescimento de 1,4%. No caso da agricultura, produtos como o milho, soja e o feijão contribuíram para o resultado negativo. Enquanto na pecuária, a valorização do boi gordo foi fundamental para a sustentação do crescimento.
Valor Bruto da Produção da agropecuária mineira deve recuar 0,7% neste ano - Foto: CNH / Divulgação
Segundo a coordenadora da assessoria técnica da Faemg, Aline Veloso, a queda no VBP mineiro também reflete os problemas enfrentados com a estiagem atípica ocorrida no primeiro trimestre, e as expectativas em relação a uma elevada produção mundial de grãos.

"Produtos importantes como o milho e a soja, que tiveram perdas provocadas pela seca, vêm apresentando queda nos preços, uma vez que a previsão de produção mundial é alta, e isso impacta na composição do VBP estadual. No entanto, outros produtos, como o café, tiveram a produção prejudicada pela estiagem e, como a oferta está menor, tiveram os preços alavancados", avalia.

Na pecuária, cujo VBP foi calculado em R$ 20,9 bilhões, 44,98% do valor total do Estado, o aumento de 1,4% teve como principal fator a valorização do boi gordo, que encerrou agosto com elevação de 10,9% e o VBP em R$ 6 bilhões. Com a demanda em alta, os preços pagos pelo produto apresentaram elevação de 10,9% em agosto de 2014, frente a igual período do ano anterior, com a arroba negociada a R$ 107,7 - fator que justifica o incremento do VBP.

O VBP do leite foi calculado em R$ 9,9 bilhões, alta de apenas 0,1%. Estabilidade também foi verificada no VBP dos suínos, 0,3%, com a produção avaliada em R$ 1,9 bilhão.

Já a produção de frango registrou recuo de 12% no VBP, que encerrou o período em R$ 2,1 bilhões. Queda também nos ovos, cujo VBP foi calculado em R$ 842 milhões, valor 3,5% inferior aos R$ 873 milhões registrados em igual período de 2013.

Agricultura - O VBP agrícola foi calculado em R$ 25,5 bilhões, queda de 2,3% frente aos R$ 26,1 bilhões registrados de janeiro a agosto do ano anterior. A queda teve como principal justificativa a retração no VBP do milho, soja, batata, cana-de-açúcar e feijão. O café, principal produto do agronegócio mineiro, encerrou o período com alta de 10,8% e VBP calculado em R$ 8,8 bilhões. O incremento de 26% nos preços, com a saca negociada, em média, a R$ 384 em agosto, é a principal justificativa pelo resultado positivo.

No caso do milho, a queda de 6,6% na produção aliada à desvalorização dos preços de mercado (-7,1%) fez com o VBP do cereal recuasse 13,3%, com a cultura avaliada em R$ 2,8 bilhões. O VBP da soja, R$ 3,4 bilhões, também retraiu (-3,6%), assim como no milho, a produção mineira ficou 1,4% menor e os preços recuaram 2,2%.

Retração de 4,2% foi verificada no VBP da cultura da cana-de-açúcar, que encerrou o período avaliada em R$ 4,3 bilhões. Apesar de uma produção 1,4% maior, a queda de 5,5% nos preços fizeram com que o resultado ficasse negativo.

O VBP do feijão foi calculado em R$ 947 milhões, queda substancial de 46,9%. A queda de 49,2% nos preços e uma produção 4,6% maior justificam os valores.

A produção de batata foi avaliada em R$ 1,05 bilhão, queda de 36,9%. De acordo com Aline Veloso, a produção nacional maior é a principal justificativa para o recuo, uma vez que a produção em Minas ficou 5,5% menor.

Já para o algodão, a demanda em alta elevou o VBP em 44,5%, encerrando o período em R$ 236,5 milhões. Minas Gerais produziu 72 mil toneladas de algodão, aumento de 10,4%. Os preços, mesmo com a alta produção ficaram 30,9% maiores, com a toneladas avaliada em R$ 3,26 mil.

Leia mais em: Diário do Comércio