Faturamento do setor atacadista cai 3,9% - ALÔ ALÔ CIDADE

Faturamento do setor atacadista cai 3,9%

Compartilhar isso

Na melhor das hipóteses, empresas instaladas em Minas deverão fechar o ano sem crescimento, prevê a Ademig

20/10/2014 13:32
O setor atacadista distribuidor acumula prejuízos com a desaceleração da economia. No Brasil, segundo pesquisa mensal da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o segmento amarga perdas de faturamento. Em agosto, houve retração de 3,9% em relação ao mesmo período de 2013. Em Minas Gerais, a situação não é diferente. De acordo com o vice-presidente da Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Geraldo Caixeta, as empresas instaladas no Estado não devem crescer em 2014.

"Vamos fechar o ano no máximo com resultado semelhante ao do ano passado. Isso se não houver retração", afirmou. Não foram disponibilizados dados regionais. No entanto, segundo Caixeta, o comportamento do setor atacadista em Minas repete o que vem ocorrendo no país. "Na verdade, estamos piores que o resto do Brasil", disse.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o crescimento do segmento no Brasil foi de apenas 0,58% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram apurados pela Fundação Instituto de Administração (FIA), com um conjunto de empresas que fornece números preliminares sobre o desempenho do setor.

No acumulado até agosto, a alta no país foi de apenas 0,58%/Divulgação
"Hoje o atacado mineiro sofre ainda mais que no restante do país porque temos uma tributação muito alta e não há uma política de incentivos. Sofremos muito com a guerra fiscal e perdemos a competitividade em relação a outros estados", ressaltou Caixeta.

Além disso, o atual cenário econômico causa impactos diretos no varejo e, conseqüentemente, no setor atacadista. E com a economia estagnada, juros altos e picos inflacionários, não há muito tempo para reverter essa situação neste ano.

A Abad iniciou 2014 com a previsão de crescimento de 3,5%. Em agosto, depois do efeito Copa do Mundo, foi reduzida para 2,5%. Agora, a expectativa do setor é crescer algo entre 1,5% e 2%. "Não sei dizer quanto, mas o atacado mineiro diminuiu sua participação no mercado nacional. Não temos como competir internamente e muitas empresas de fora estão atuando aqui. Nós não vamos crescer", pontuou.

Previsão para 2015 - Além disso, para o vice-presidente da Ademig, é provável que 2015 seja ainda pior. "Todos concordam que o ano que vem será um ano de ajustes econômicos e, seja quem for o presidente eleito, não há como fugir desse cenário. Mas sou otimista, acredito que virão mudanças pela frente e a tendência é as coisas melhorarem", ressaltou. Conforme a Abad, a previsão de crescimento do setor atacadista distribuidor para o próximo ano é de 2%.

Apesar das perspectivas pouco animadoras, a Abad aposta na capacidade do setor de superar situações adversas. " o momento de rever estratégias e redobrar esforços para atingir as metas, ainda que sejam modestas. E um dos caminhos é buscar ganhos de produtividade e eficiência. Sabemos que o setor tem importante papel no abastecimento das famílias de todo o país e é fundamental manter o consumo em patamares capazes de dinamizar a nossa economia", afirmou, em nota, o presidente da Abad, José do Egito.

Informações: Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad)

Leia mais no Agência Minas