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Minas Gerais disputa investimento de chinesas

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Montadoras Geely e Lifan confirmaram que pretendem investir no Brasil; Estado se mobiliza em busca do aporte

31/10/2014 18:39
Minas Gerais pode receber os investimentos das montadoras chinesas Geely e Lifan que pretendem se instalar no Brasil nos próximos anos. Ambas afirmaram na quarta-feira, no Salão do Automóvel, que acontece em São Paulo, que mantêm projetos de fabricar carros no país. O lobby mineiro começou em março deste ano, quando integrantes do governo do Estado participaram de missão empresarial à China. Na época, o então governador Antonio Anastasia se reuniu com a diretoria da Geely para negociar a construção de uma unidade em Minas.
Negociações com a Geely começaram em março, com visita de comitiva mineira à fábrica da montadora em Cixi -
Foto: Daniel Messias
Durante visita à fábrica da Geely Automobile, em Cixi, na província de Zhejiang, a comitiva mineira se encontrou com executivos da montadora, que teriam demonstrado interesse em se instalar no Estado.

Segundo o presidente da Geely, Ivan Fonseca e Silva, o aporte do grupo, que é dono também da marca Volvo, deve ser anunciado nos próximos meses. "Estamos estudando que produto faremos, o tamanho da fábrica e onde ela será instalada", disse ontem Silva, ao apresentar os modelos importados da marca no Salão do Automóvel.

Já o diretor-geral da Lifan no país, Mark Timber, afirmou que num período de três anos, quando o grupo espera vender cerca de 20 mil carros no mercado nacional, será viável uma fábrica no Brasil. "O investimento para uma unidade com capacidade para 60 mil veículos ao ano seria de cerca de R$ 300 milhões", disse Timber. Em 2014, a Lifan espera vender 6 mil carros no Brasil, número que projeta dobrar em 2015, até chegar às 20 mil unidades em 2017.

Outro sinal de que o governo mineiro estaria negociando com pelo menos uma dessas duas montadoras é que, neste momento, uma outra comitiva do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) está em nova missão à China, com objetivo de prospectar investimentos.

Trata-se da continuidade de um trabalho iniciado no ano passado. Além do setor automotivo, os representantes do órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) estão visitando empresas dos segmentos têxtil, de bens de capital, de linha branca, de equipamentos médicos, alimentício e eletroeletrônico.

A Geely vende seus 14 principais modelos sedan, desenvolvidos a partir de cinco plataformas, sob as marcas Gleagle, Emgrand e Englon. A montadora possui 981 concessionárias na China.

Changan - Minas estaria também de olho em outra montadora chinesa: a Changan Automobile. Em março, durante a missão ao país asiático, representantes do governo se reuniram com executivos da empresa. Na ocasião, foram expostos os potenciais econômicos de Minas Gerais.

"Apresentamos as oportunidades do Estado, os incentivos que podemos oferecer e a localização estratégica. Sabemos que a ausência de um porto, por um lado, nos prejudica. Mas, por outro, temos um grande diferencial competitivo que é a qualidade do capital humano", destacou, na época, o então governador de Minas.

A Changan tem uma atuação diversificada, incluindo automóveis de passeio, minivans, furgões e picapes de uso comercial. A companhia é uma das principais montadoras da China. Recentemente, passou a ocupar o quarto lugar em produção no país.

A holding Changan Automobile é o segundo maior grupo montador de veículos do país, com parcerias com a americana Ford e as japonesas Mazda, Mitsubishi e Suzuki. A marca conta com quatro polos de produção, em Chongging, Hebei, Jiangsu e Jiangxi. São 11 fábricas de veículos completas e duas fábricas de motores, com capacidade anual de produção de 1,5 milhão de unidades.

A Changan possui também plantas na Ásia, América, África e Europa. Seus produtos são vendidos em mais de 90 países. Os números fazem parte de uma forte estratégia de expansão utilizada desde 2009 para ampliar as exportações.

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