Advogado de defesa desconhece local em que profissional possa estar.
Acusado deveria ter se apresentado à Justiça até sexta-feira (7).
10/02/2014 20:33
Continua foragido o anestesista Sérgio Poli Gaspar, condenado há 14
anos pela remoção de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, o
Paulinho, na época com 10 anos. Ele tinha até a tarde de sexta-feira (7)
para se apresentar `a Justiça, o que não aconteceu. Os médicos Cláudio
Rogério Carneiro Fernandes e Celso Roberto Frasson Scaffi também foram
condenados pelo crime e estão presos no Presídio de Poços de Caldas
(MG) desde a última quinta-feira (6). Além das condenações, o juiz
decretou que os profissionais percam os cargos públicos e sejam
afastados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o advogado do anestesista, Dório Henrique Ferreira Grossi, ainda não há uma previsão de quando o médico deve se apresentar à polícia. O advogado disse ainda que não sabe onde o cliente está.
Ainda de acordo com o advogado, ele já prepara um pedido de habeas corpus para que Gaspar não fique preso e vai entrar com um recurso contra a condenação proferida pelo juiz Narciso Alvarenga Monteiro de Castro.
O anestesista Sérgio Poli Gaspar foi condenado em primeira instância. Na sentença, o juiz afirma que ele ajudou a remover as córneas e rins do menino e que não procurou saber se o protocolo de morte encefálica havia sido feito corretamente.
Médicos já presos
Os médicos que já foram presos permanecem no presídio de Poços de Caldas e ainda não puderam receber visitas de familiares. Segundo o advogado dos urulogistas, José Arthur Kalil há irregularidades na sentença. “São profissionais de uma alta reputação.São pessoas preocupadas em exercer da melhor maneira possível a medicina e eles tem sofrido prejuízos morais muito severos por causa da Justiça que representa este caso e também pelas ilegalidades evidentes neste processo”, disse.
Ainda de acordo com ele, serão pedidos habeas corpus para que os dois médicos voltem a exercer as funções. “Eles não terão problemas para voltar a trabalhar, pois estão sendo apoiados por paciente e entidades de classe. Vamos provar a inocência deles”,completou.
As condenações
Na sentença de mais de 150 páginas, o juiz condenou Cláudio Fernandes a 17 anos de prisão. O texto informa que durante o atendimento ao menino Paulinho, o médico removeu os órgãos da vítima com consciência de que ela estava viva e não examinou o protocolo de morte encefálica. A sentença informa ainda que o médico confessou à Justiça ter grande renda com os transplantes e que sabia das atividades ilícitas da Ong MG Sul Transplantes, que atuava na cidade na época.
Já o urologista Celso Scaffi foi condenado a 18 anos de prisão. De acordo com o juiz, o médico removeu órgãos em desacordo com a disposição legal, levando a vítima à morte, além de escrever que a criança não estava em morte encefálica, já que não houve o exame de arteriografia na Santa Casa. “Ele tentou ainda fraudar provas e inseriu dados falsos no prontuário médico”, declarou.
O médico Sérgio Poli Gaspar, condenado a 14 anos de prisão, é o único
que ainda não foi encontrado e já é considerado foragido, pois tinha até
esta sexta-feira para apresentar-se à Justiça. Na sentença, o juiz
afirma que o médico ajudou a remover as córneas e rins da criança e que
tinha plena condição de entender o caráter ilícito da conduta. “Ele não
procurou saber se o protocolo de morte encefálica havia sido feito
corretamente”, completou.
Além da condenação, o juiz decretou que os três médicos percam os cargos públicos e que sejam afastados do atendimento pelo SUS.
Entenda o Caso Pavesi
As investigações do ‘Caso Pavesi’ já duram quase 14 anos. Em 2002, quatro médicos, José Luis Gomes da Silva; José Luis Bonfitto; Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez; foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado. Na denúncia consta que cada um cometeu atos encadeados que causaram a morte do menino. Entre eles, a admissão em hospital inadequado, a demora no atendimento neurocirúrgico, a realização de uma cirurgia feita por um profissional sem habilitação legal que resultou em erro médico e a inexistência de um tratamento efetivo e eficaz. A denúncia aponta também fraude no exame que determinou a morte encefálica do menino.
A investigação deu origem a outros sete inquéritos e a Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas perdeu o credenciamento para realizar os transplantes em 2002. O caso foi tema de discussões também no Congresso Nacional em 2004, durante a CPI que investigou o tráfico de órgãos. Os médicos foram acusados de homicídio doloso qualificado pelo Ministério Público Federal.
Em janeiro deste ano, o pai do menino, Paulo Airton Pavesi, que vive na Europa, publicou o livro “Tráfico de Órgãos no Brasil – O que a máfia não quer que você saiba”. Com diferentes passagens que relatam a despedida do garoto, a exumação do corpo e a luta para provar que o menino foi vítima da chama ‘Máfia dos Órgãos’, Pavesi enfatiza que a história toda foi censurada e por isso, optou por lançar o livro de maneira independente e distribuir livremente pela internet.
Saiba mais:
Médicos suspeitos de integrar 'Máfia dos Órgãos' são presos em Poços de Caldas
Leia mais em: G1
De acordo com o advogado do anestesista, Dório Henrique Ferreira Grossi, ainda não há uma previsão de quando o médico deve se apresentar à polícia. O advogado disse ainda que não sabe onde o cliente está.
Ainda de acordo com o advogado, ele já prepara um pedido de habeas corpus para que Gaspar não fique preso e vai entrar com um recurso contra a condenação proferida pelo juiz Narciso Alvarenga Monteiro de Castro.
O anestesista Sérgio Poli Gaspar foi condenado em primeira instância. Na sentença, o juiz afirma que ele ajudou a remover as córneas e rins do menino e que não procurou saber se o protocolo de morte encefálica havia sido feito corretamente.
Médicos já presos
Os médicos que já foram presos permanecem no presídio de Poços de Caldas e ainda não puderam receber visitas de familiares. Segundo o advogado dos urulogistas, José Arthur Kalil há irregularidades na sentença. “São profissionais de uma alta reputação.São pessoas preocupadas em exercer da melhor maneira possível a medicina e eles tem sofrido prejuízos morais muito severos por causa da Justiça que representa este caso e também pelas ilegalidades evidentes neste processo”, disse.
Ainda de acordo com ele, serão pedidos habeas corpus para que os dois médicos voltem a exercer as funções. “Eles não terão problemas para voltar a trabalhar, pois estão sendo apoiados por paciente e entidades de classe. Vamos provar a inocência deles”,completou.
O urologista Celso Scafi foi preso nesta quinta-feira (Foto: Marcelo Rodrigues/ EPTV) |
Na sentença de mais de 150 páginas, o juiz condenou Cláudio Fernandes a 17 anos de prisão. O texto informa que durante o atendimento ao menino Paulinho, o médico removeu os órgãos da vítima com consciência de que ela estava viva e não examinou o protocolo de morte encefálica. A sentença informa ainda que o médico confessou à Justiça ter grande renda com os transplantes e que sabia das atividades ilícitas da Ong MG Sul Transplantes, que atuava na cidade na época.
Já o urologista Celso Scaffi foi condenado a 18 anos de prisão. De acordo com o juiz, o médico removeu órgãos em desacordo com a disposição legal, levando a vítima à morte, além de escrever que a criança não estava em morte encefálica, já que não houve o exame de arteriografia na Santa Casa. “Ele tentou ainda fraudar provas e inseriu dados falsos no prontuário médico”, declarou.
Médico Cláudio Rogério Carneiro Fernandes foi detido pela PM (Foto: Marcelo Rodrigues/ EPTV) |
Além da condenação, o juiz decretou que os três médicos percam os cargos públicos e que sejam afastados do atendimento pelo SUS.
Paulinho Pavesi morreu aos 10 anos após cair, passar por cirurgia e ter os órgãos removidos (Foto: Paulo Pavesi/ Arquivo Pessoal) |
As investigações do ‘Caso Pavesi’ já duram quase 14 anos. Em 2002, quatro médicos, José Luis Gomes da Silva; José Luis Bonfitto; Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez; foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado. Na denúncia consta que cada um cometeu atos encadeados que causaram a morte do menino. Entre eles, a admissão em hospital inadequado, a demora no atendimento neurocirúrgico, a realização de uma cirurgia feita por um profissional sem habilitação legal que resultou em erro médico e a inexistência de um tratamento efetivo e eficaz. A denúncia aponta também fraude no exame que determinou a morte encefálica do menino.
A investigação deu origem a outros sete inquéritos e a Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas perdeu o credenciamento para realizar os transplantes em 2002. O caso foi tema de discussões também no Congresso Nacional em 2004, durante a CPI que investigou o tráfico de órgãos. Os médicos foram acusados de homicídio doloso qualificado pelo Ministério Público Federal.
Em janeiro deste ano, o pai do menino, Paulo Airton Pavesi, que vive na Europa, publicou o livro “Tráfico de Órgãos no Brasil – O que a máfia não quer que você saiba”. Com diferentes passagens que relatam a despedida do garoto, a exumação do corpo e a luta para provar que o menino foi vítima da chama ‘Máfia dos Órgãos’, Pavesi enfatiza que a história toda foi censurada e por isso, optou por lançar o livro de maneira independente e distribuir livremente pela internet.
Saiba mais:
Médicos suspeitos de integrar 'Máfia dos Órgãos' são presos em Poços de Caldas
Leia mais em: G1