Homem de 26 anos confessou ter matado Déborah Oliveira em Itajubá, MG.
MP já ofereceu denúncia contra ele por roubo, estupro e homicídio.
05/02/2014 23:00
Divino foi preso pelo estupro e morte da universitária Déborah, em Itajubá (Foto:Polícia Civil) |
A EPTV Sul de Minas teve acesso com exclusividade a partes do depoimento. O suspeito contou que entrou na construção localizada no bairro Morro Chic durante o dia para consumir drogas e roubar fios de cobre. Ele alega que no início tentou assaltar a jovem, mas que ela começou a gritar e então a levou para dentro da obra. Em seguida, o suspeito assumiu a autoria do crime.
"Nem imaginava em fazer essas coisas", disse o rapaz à Polícia Civil. "Acabei grudando ela lá assim, acabei roubando o celular e acabei fazendo essas besteiras aí, senhor. Nossa, arranquei a vida de um inocente". O suspeito relata que entrou na construção para usar drogas, e à noite, quando saía para buscar mais drogas, encontrou a universitária subindo a rua.
"A hora que eu estava saindo assim [da obra], que eu fui buscar mais pedra [crack], ela já 'tava subindo. Foi a hora que eu grudei ela, falei assim: 'é um assalto'. Aí ela começou a gritar, fui e peguei o celular", relata. Em seguida, quando questionado sobre o estrangulamento, ele confessa novamente o crime. "Isso aí foi lá na hora do desespero lá, senhor. Aí, peguei e acabei matando a menina, senhor", disse.
Segundo o delegado Pedro Henrique Bezerra, o caso está encerrado e as investigações correram dentro do prazo. “A polícia encerrou as investigações deste caso. Todo o laudo, material e depoimento apontaram para o Benedito. O inquérito foi concluído, emitido à Justiça e o Ministério Público de Minas Gerais já ofereceu denúncia pelos crimes de roubo, estupro e homicídio triplamente qualificado”, afirmou.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito agiu sozinho. “Tudo aponta para que ele tenha agido sem a ajuda de terceiros, mas caso surja uma nova informação a Polícia Civil vai investigar”, completou.
No final de dezembro, a Polícia Civil comunicou que havia um suspeito, mas não revelou a identidade dele. A reconstituição do crime foi feita no local do assassinato com a presença do suspeito. Todo o procedimento durou cerca de 4h.
A polícia ainda afirmou que o suspeito estava preso desde outubro do ano passado no Presídio de Itajubá. A polícia teria chegado ao homem porque ele é suspeito de ter estuprado outra jovem dois meses depois de matar Déborah, durante a saída temporária do presídio. Os exames feitos no material colhido nas jovens confirmaram que são da mesma pessoa.
O suspeito continua preso no Presídio de Itajubá.
Corpo de universitária foi encontrado em uma construção em Itajubá, MG (Foto: Reprodução EPTV) |
O caso
O corpo da universitária foi encontrado com marcas de estrangulamento por volta das 17h30 do dia 15 de agosto de 2013 no 2º piso de uma casa em construção na Rua Alameda Esperança, no Bairro Morro Chic. Conforme a polícia, o local fica próximo ao caminho que a estudante costumava fazer para voltar para casa. Déborah Oliveira estava desaparecida desde a noite do dia 14 de agosto, quando saiu da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), onde estudava, e não foi mais vista. Ainda segundo a polícia, ela foi estuprada e, em seguida, estrangulada.
Déborah era aluna do 2º período de sistemas de informação, na Unifei. Segundo depoimentos de amigos à polícia, a estudante deixou a universidade por volta das 21h20, antes do fim da aula. Ela teria dito que iria embora porque estava cansada e resfriada, e deixou o local a pé. Conforme a família, diferente do que estava sendo divulgado antes, Déborah teria saído de seu caminho habitual naquele dia. A região é conhecida como Alameda e à noite é praticamente deserta. Segundo moradores, o local é constantemente frequentado por andarilhos e usuários de drogas.
A família já havia feito o boletim de ocorrência informando o desaparecimento da jovem na noite do dia 14, quando ela não chegou em casa. Os familiares ainda tentaram contato com amigos e conhecidos e espalharam cartazes pela cidade com a foto da universitária no dia seguinte.
Universitária foi encontrada estrangulada em construção em Itajubá (Foto: Reprodução EPTV) |
No entanto, diferente do que a polícia acreditava no início, as peças de roupas íntimas encontradas com o suspeito, no momento da prisão dele, não eram da estudante. No final de setembro, cerca de 40 dias após o crime, uma calcinha foi encontrada pela polícia no bolso do casaco que a vítima usava no dia em que foi morta. O principal suspeito do crime, o auxiliar de serviços gerais que ficou preso por 43 dias, foi solto por falta de provas e um novo material foi colhido para o exame de DNA.
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