Alcoa interrompe a produção de alumínio primário em Poços de Caldas - ALÔ ALÔ CIDADE

Alcoa interrompe a produção de alumínio primário em Poços de Caldas

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Empresa manterá atividades de mineração e fundição

31/03/2014 12:18
A Norte-Americana Alcoa paralisou na sexta-feira, temporariamente, a produção de alumínio primário na unidade de Poços de Caldas no Sul de Minas. A situação de aproximadamente 300 funcionários que atuam nas três linhas que foram afetadas está sendo avaliada pela empresa. A planta permanecerá com as atividades de mineração, fundição, produção de pó de alumínio e refinaria, que geram cerca de 700 postos de trabalho.

As empresas produtoras de alumínio primário vêm reduzindo a produção em virtude do aumento dos custos -
Foto: Alcoa/divulgação


Com isso, a empresa deixará de produzir em Poços de Caldas 62 mil toneladas de alumínio primário por ano. A outra unidade do grupo, localizada em São Luís MA, também passará por uma redução da produção de 85 mil toneladas anuais. No total, o grupo diminuiu sua capacidade em 147 mil toneladas no Brasil somente neste ano. As demais operações da Alcoa no país não serão afetadas.

No ano passado, a empresa já havia cortado em 34 mil toneladas a produção no Sul de Minas e em 97 mil em São Luís. Dessa forma, as três linhas na unidade mineira foram paralisadas pelo esgotamento total da produção e no Maranhão uma linha ainda permanecerá ativa.

Explicação - Em nota, o presidente da Divisão Global de Produtos Primários da Alcoa, Bob Wilt, justificou a decisão. "Em todo o mundo, estamos tomando medidas para reduzir a capacidade de produção dos smelters (processos de redução) que não são competitivos e reposicionar nosso perfil de custos. Estas são ações difíceis, mas necessárias para suportar a estratégia da Alcoa para reduzir a base de custos de nossos negócios de upstream", afirmou no comunicado enviado ao mercado. A medida é uma resposta ao aumento dos custos de operação, que tira a competitividade do negócio.

Essa ação foi iniciada pela empresa a nível mundial em maio de 2013, com redução imediata de 460 mil toneladas na produção. Assim que a revisão for completamente finalizada, a queda será de 800 mil toneladas ou 21% da capacidade produtiva de alumínio primário em todo o mundo. Esses ajustes serão realizados até maio deste ano.

A empresa não confirmou a demissão de todos os 300 funcionários que atualmente trabalham na produção de alumínio primário na planta de Poços de Caldas ou os mil em São Luís, nem informou o que será feito com eles. Alguns poderão ser realocados em outras áreas do grupo.

Essa reestruturação provocará uma despesa entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões somente no Brasil para a empresa, retirando os impostos. O grupo não explicou em que necessariamente serão gastos estes recursos.

A notícia de paralisação de parte das atividades da empresa não foi bem recebida pela Prefeitura de Poços de Caldas. "Perder a capacidade de empregabilidade e de arrecadação proporcionada por uma empresa como a Alcoa não é nada positivo para o município", afirmou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo dos Reis.

Estima-se que cerca de 5% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) da cidade venham da empresa. Porém, para o secretário, o desfalque proporcionado pela decisão do grupo deverá ser anulado com a entrada em atividade de várias empresas que irão se instalar em Poços de Caldas.


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