O acusado trabalhava como domador de leões. Durante exibição pelas ruas da cidade como propaganda de um circo, o leão atacou uma criança de 4 anos
Trabalho da Inteligência da
Polícia Rodoviária Federal resulta na prisão de homem de 48 anos, artista
circense, condenado por homicídio doloso, ocorrido há 25 anos em Tianguá,
cidade do interior do Estado do Ceará (314 km a oeste de Fortaleza).
O homem que atualmente mora
em Poços de Caldas, e que trabalhava como domador de leão à época do ocorrido
perdeu o controle do animal durante sua exibição pelas ruas da cidade como
propaganda do circo instalado naquela localidade, momento em que o leão atacou
e matou uma criança de 04 anos de idade.
No dia 22/09/2022, por volta
das 16h30, durante ação policial, orientada pelo serviço de Inteligência da
PRF, os agentes abordaram na BR 459, km 8, no município de Caldas/MG, um
veículo Vw/Crossfox, cor branca, conduzido por um homem de 48 anos.
Após consulta aos sistemas
informatizados, verificou-se a existência de mandado de prisão, pendente de
cumprimento, atinente ao crime cometido há 25 anos, emitido em 18/05/2018 pela
1ª Vara da comarca de Tianguá-CE.
O detido foi conduzido ileso
à Delegacia de Polícia Civil em Poços de Caldas, e o veículo abordado foi
encaminhado para o depósito da PRF.
ENTENDA O CASO
Tianguá chora morte do menino atacado por leão
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Recorte do jornal Diário do Nordeste - Foto/divulgação |
Um leão fugiu do domador e matou uma criança de 4 anos, no Município de Tianguá, na Região Norte do Ceará, no ano de 1997.
José Vinícius Silva Aguiar
brincava em uma locadora de videogames, com outras crianças, quando foi atacado
e arrastado para fora do estabelecimento pelo leão, que tinha dois anos, na
tarde de 18 de maio de 1997.
Populares tentaram soltar o
menino das presas do animal e até arremessaram pedras. Quando o leão o soltou, José Vinícius foi levado ao hospital, mas já estava sem vida. O leão pertencia a
um circo que iria se apresentar em Tianguá naquela noite. Artistas desfilavam
pelas ruas do Município à tarde, para chamar a população para assistir ao
espetáculo. O animal era carregado em um carro de som e preso apenas por uma
corda, quando se soltou, pulou do veículo, entrou na locadora e procurou uma vítima.
A jornalista e professora
Erilene Firmino, que cobriu o episódio como repórter do Diário do Nordeste,
lembra que "a cidade estava muito triste, pesarosa. Foi muito doloroso
cobrir o caso. Estava todo mundo estático, perplexo diante do que
aconteceu".
"A partir do momento
que isso aconteceu, criou-se uma situação com o restante do Estado, um
efeito-dominó, em que as pessoas ficaram mais receosas em relação a circo nas
cidades. Na época, foram até tomadas algumas medidas de controle sobre a
presença de animais nos circos.
O leão atacou, mas ele
estava sob maus-tratos, com raiva."
Fonte: Polícia Rodoviária Federal
Fonte 2: Erilene Firmino - Jornalista