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Fhemig lança diretrizes para atendimento a pacientes queimados em Minas Gerais

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Nova Linha de Cuidados e Protocolos visam otimizar tratamento e servir de referência para o SUS estadual

Fhemig lança diretrizes para atendimento a pacientes queimados em Minas Gerais - Foto: Aline de Castro

Em alusão ao Junho Laranja, mês dedicado à conscientização sobre a prevenção de queimaduras, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) lançou uma Linha de Cuidados e Diretrizes Assistenciais com protocolos abrangentes para o atendimento a pacientes queimados, escalonados de acordo com a gravidade de cada caso.


O Hospital João XXIII, referência em traumas graves, atende anualmente cerca de 2 mil vítimas de queimaduras. Somente entre janeiro e maio de 2025, já foram registrados mais de 700 atendimentos.


"Criamos o protocolo não só com o objetivo de organizar e melhorar ainda mais o processo de cuidado nos hospitais da fundação. Também focamos nos atendimentos externos à Fhemig para que seja uma entrega para o Sistema Único de Saúde (SUS) de Minas Gerais", afirma Lucinéia Carvalhais, diretora assistencial da Fhemig. Ela ressalta que o documento está disponível para ser adotado por outros hospitais do estado que integram a Política Estadual de Atendimento a Queimados, permitindo a adaptação às suas realidades e a disseminação do conhecimento.


Causas Mais Comuns e Primeiros Socorros


Kelly Danielle de Araújo, coordenadora do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do João XXIII e presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), informa que entre os casos atendidos na unidade, queimaduras por álcool representam metade dos incidentes, seguidas por chamas e eletricidade. Em queimaduras menos graves, que não exigem internação em CTI, a escaldadura (causada principalmente por água e óleo quente) é a causa mais comum.


A médica orienta que, em caso de queimaduras, a primeira medida é resfriar o local com água corrente em temperatura ambiente, envolver a área em um pano limpo e seco e procurar atendimento médico. "Jamais coloque borra de café ou pomada, por exemplo, pois quando chegar ao pronto-socorro o médico precisará remover tudo para avaliar a ferida e fazer o curativo corretamente, causando ainda mais dor", explica Kelly.


Para situações em que não há um posto médico próximo, a cirurgiã plástica do HJXXIII recomenda lavar a ferida com água e sabão e não deixá-la descoberta para evitar contaminação. Se a queimadura for em membros superiores, como a mão, é importante manter o braço acima do umbigo para evitar inchaço. Também é crucial remover colares, anéis, pulseiras, relógios, roupas íntimas ou qualquer item que possa ficar preso.


História de Superação e Atendimentos na Fhemig


Thiago Gomes da Silva, que comemora sua alta após 52 dias de internação no Hospital João XXIII, teve uma experiência de queimadura inusitada, mas não incomum. "Fui fazer um escalda-pés para relaxar. Tenho diabetes – até então não me preocupei, e minha sensibilidade estava alterada, fazendo com que eu não sentisse que a água estava tão quente e permanecesse com os pés dentro da bacia. Assim que retirei eles da água, já pude ver as bolhas", conta. No dia seguinte, ele procurou atendimento e foi internado no CTQ com queimaduras de terceiro grau, necessitando de cirurgias e fisioterapia.


Além do Hospital João XXIII, a Fhemig oferece atendimento especializado a pacientes com queimaduras de gravidade média nos hospitais Júlia Kubitschek (Belo Horizonte) e Regional João Penido (Juiz de Fora), que realizam cirurgias reparadoras. O Hospital Regional de Barbacena (HRB-JA) e o Hospital Regional Antônio Dias (HRAD) também atendem, em suas unidades de urgência e emergência, pacientes com queimaduras médias e grandes.


Thiago Gomes da Silva, que comemora sua alta após 52 dias de internação no Hospital João XXIII - Foto: Franci Campelo





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