Com o recesso escolar, Cemig reforça alertas sobre os riscos de acidentes e interrupções causadas por pipas e linhas cortantes
![]() |
Pipas e Perigo: quase 400 mil mineiros afetados por interrupções de energia no semestre - Foto: Cemig |
Mais de 398 mil clientes da Companhia
Energética de Minas Gerais (Cemig) em todo o estado enfrentaram interrupções no
fornecimento de energia elétrica no primeiro semestre de 2025, em decorrência
de 1.338 ocorrências relacionadas ao uso de pipas. Somente no mês passado,
quase 150 mil consumidores tiveram o serviço interrompido, um acréscimo de 60%
em comparação ao total registrado entre janeiro e maio, quando 248 mil unidades
consumidoras foram afetadas.
A Região Metropolitana de Belo
Horizonte concentra grande parte desses incidentes, com pouco mais de 250 mil
clientes prejudicados em 694 ocorrências no primeiro semestre. Diante da chegada
do recesso escolar, período em que a prática de soltar pipas tende a aumentar,
a Cemig reforça suas orientações de segurança para mitigar esses eventos e
proteger a população.
César de Jesus Souza, técnico de
Segurança do Trabalho da Cemig, enfatiza que o problema não está em soltar pipa
em si, mas na forma como a brincadeira é conduzida. “Soltar pipa é uma
atividade lúdica e que as crianças e jovens gostam muito. Mas é importante que
se tenha consciência de que a brincadeira deve ser realizada em áreas abertas e
sem rede elétrica, pois pode causar acidentes graves ou provocar interrupções
no fornecimento de energia e prejudicar muitos clientes”, alerta Souza.
Os Perigos das
Linhas Cortantes e o Choque Elétrico
Um dos maiores alertas do
especialista é sobre o uso de linhas cortantes,
como o cerol ou a linha chilena, que são expressamente proibidos por lei.
Quando essas linhas entram em contato com cabos e equipamentos da rede
elétrica, podem causar o rompimento da fiação. “Quer seja por manipulação de
quem está praticando a brincadeira, ou mesmo quando a linha é cortada e carregada
pelo vento, quando ela pode cair aleatoriamente sobre a rede elétrica ou vias
públicas, o risco de ruptura dos cabos é muito grande”, explica Souza.
Além dos danos à rede e das
interrupções no fornecimento, o técnico de segurança da Cemig reitera o grave
risco de choque elétrico. “Ao ser revestida com cerol ou feita
com arames e fios metálicos, a linha da pipa se torna um condutor de
eletricidade. Se atingir a rede elétrica, pode provocar acidentes graves”,
adverte.
Nunca Tente
Resgatar Pipas Presas
Outra orientação crucial é a de nunca tentar resgatar pipas presas à rede elétrica. O
risco de acidentes é extremamente alto. “As redes de distribuição, de
transmissão e as subestações da Cemig são construídas dentro dos padrões das
normas técnicas brasileiras, com características e distanciamento que garantem
segurança. Dessa forma, a aproximação indevida e o uso de cerol e linha chilena
têm sido os principais causadores de acidentes com a rede elétrica da
companhia”, ressalta César de Jesus Souza.
A Cemig, ao longo do ano, promove
campanhas de segurança e conscientização em escolas, entidades e veículos de
comunicação, abordando os perigos de soltar pipas próximo às redes elétricas.
É importante lembrar que a Lei Estadual 23.515/2019, em vigor desde dezembro de
2019, proíbe em todo o território mineiro a fabricação, comercialização e uso
de cerol ou linha chilena em pipas, papagaios e artefatos semelhantes. A norma
visa coibir o uso desses materiais cortantes que colocam em risco a segurança
das pessoas e a integridade da rede elétrica.