Segunda fase da Operação Calliphora, do MP-SP, mira esquema que causou prejuízo estimado em R$ 16,7 milhões aos cofres públicos
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Fraude em licitações: Funcionários de alto escalão de empresa de Pouso Alegre são presos - Foto: MPSP |
Dois funcionários de alto escalão da
empresa THV, do ramo de limpeza e conservação, com sede em Pouso Alegre (MG),
foram presos nesta quarta-feira (24/09) durante a segunda fase da Operação
Calliphora, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Segundo o MP, os dois suspeitos,
cujas identidades não foram reveladas, tinham "papel de destaque e de suma
importância na realização das fraudes às licitações e na distribuição de
propinas". O prejuízo total estimado do esquema de corrupção aos cofres
públicos chega a R$ 16,7 milhões.
A operação cumpriu nove mandados de
busca e apreensão e cinco de prisão temporária em cidades de São Paulo e Minas
Gerais. Na casa dos investigados, em Pouso Alegre, foram recolhidos celulares,
notebooks, iPad, cartões de memória e diversos documentos.
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O esquema de
fraudes
As investigações, conduzidas pelo
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP,
apontam que uma organização criminosa manipulava licitações, sobretudo em
contratos de limpeza pública. O esquema funcionava desde a elaboração dos
editais, restringindo a participação de concorrentes.
O grupo também aliciava empresas para
que desistissem da disputa em troca de vantagens econômicas. Após a
contratação, as fraudes continuavam na execução dos serviços, gerando lucro ilícito
e permitindo a distribuição de propinas. O foco principal da apuração é o
esquema de fraudes na Prefeitura de Pirassununga, no interior de São Paulo.
A primeira fase da Operação
Calliphora ocorreu em dezembro de 2023. Na época, a THV negou as irregularidades
em nota. O jornalismo tentou contato novamente com a empresa, mas não obteve
retorno até a publicação desta reportagem.