ONG oferece atendimento multidisciplinar a vítimas de violência - ALÔ ALÔ CIDADE

ONG oferece atendimento multidisciplinar a vítimas de violência

Compartilhar isso
25/11/2013 12h50 - Atualizado em 25/11/2013 19:44                           

ONG oferece atendimento multidisciplinar a vítimas de violência

Entidade lança campanha de combate à violência contra mulher na região.
Espaço funciona em Varginha (MG) e atende pelo menos 40 pessoas.

Nesta segunda-feira (25) comemora-se o Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Mulher e mesmo depois de sete anos da criação da lei Maria da Penha, pelo menos seis em cada 100 mil mulheres de Minas Gerais morrem vítimas de violência doméstica. Em Varginha (MG), para tentar driblar os dados registrados pela Delegacia da Mulher, foi criada a ONG Maria Mulher. Somente no mês de outubro, a ONG recebeu 15 pedidos de proteção de mulheres que denunciaram seus parceiros e familiares que cometiam agressões.

A Ong com capacidade para atender toda a região oferece todos os serviços de graça. Pelo menos 100 mulheres participam do trabalho, sendo que atualmente 40 recebem atendimento. De acordo com a coordenação, além da agressão física, muitas mulheres sofrem também violência psicológica, que é quando o companheiro faz ameaças para impedir que elas os denunciem. Esse tipo de postura está entre os principais motivos que faz com que as mulheres aceitem a situação, seguida da dependência financeira, do medo de novas agressões e pela falta de conhecimento dos direitos.

Embora já exista um trabalho multidisciplinar, a ONG Maria Mulher lançou nesta segunda-feira uma campanha de conscientização via internet. A entidade oferece atendimento jurídico, psicológico, médico e aconselhamento. Segundo a coordenadora Angelina Alves Kbrebsky, o tratamento psicológico é fundamental.

“Para quem sofre a violência, é muito difícil esquecer, por isso atendimento psicológico é primordial”, disse.

''Ele me agredia fisicamente e sexualmente também. Ele me batia muito. Me bateu uma noite inteira com a toalha molhada e com cinta, e eu estava amamentado."

 
 
Professora de 45 anos
Quem já foi atendida pela entidade é uma professora de 45 anos, mãe de dois filhos – de 6 e 7 anos – e que foi vítima de violência doméstica durante 5 anos. “Ele me agredia fisicamente e sexualmente também. Ele me batia muito. Me bateu uma noite inteira com a toalha molhada e com cinta, e eu estava amamentado. Eu tinha vergonha por causa da minha profissão e achava que ele ia melhorar”, relatou.

Ainda de acordo com ela, o ex-companheiro sempre pedia perdão e ela aceitava. “Eu cheguei à conclusão que não era isso. Eu tinha vergonha de ir trabalhar machucada. Muitas vezes aguentava por causa dos meus filhos. Mas creio que a polícia tem que dar mais crédito para nossas denúncias. Há uma negligência muito grande por parte dos policiais que nos atendem”, completou.
Mas ela não é a única, segundo a delegada Ângela Furtado, o número é sempre maior. “Muitas mulheres não têm coragem para denunciar. O que eu digo para as vítimas que só elas podem decidir se querem continuar ou se livrar da relação. Depois que elas procuram a delegacia, a relação termina”, pontuou.

Serviço – A ONG funciona na Rua Vereador Júlio Teixeira, 24, bairro Santana. Todo serviço é gratuito e há um celular para o plantão (35)  8829-4338. Além destes números tem o telefone gratuito para denúncias no Estado. As ligações podem ser feitas para 0800-031-1119.



Veja mais em: G1

CIDADE NEWS

-