02/12/2013 20h45 - Atualizado em 02/12/2013 22:52                           

'Me sinto menor que um grão de areia', diz jardineiro após ofensas

Servidor foi ofendido por um vereador durante sessão em Itanhandu, MG.
Ofensas saíram no rádio e na internet e ganharam repercussão na cidade.

“Me sinto menor que um grão de areia”, diz emocionado Amador Pereira, jardineiro que presta serviços à Prefeitura de Itanhandu (MG) há sete anos. Ele foi ofendido pelo vereador Sandro Coelho durante uma sessão da Câmara. Como as sessões são transmitidas pelo rádio e pela internet, o fato ganhou repercussão na cidade.
As ofensas feitas pelo vereador estão gravadas em um vídeo da própria Câmara. Nele, o vereador usa termos pejorativos ao se referir do trabalho do servidor público. “[sic]Bicho-preguiça na praça, que é o funcionário da prefeitura. A gente às vezes tá desfavorecendo o bicho-preguiça, porque é um vagabundo mesmo que tá ali... é um vagabundo. Como diz o ditado, burro velho não pega marcha. Não sei porque que deixa um vagabundo desse na praça, pra comunidade inteira tá vendo um cara morcego ali na praça [sic]".
O vereador Sandro Coelho admite que exagerou nas ofensas ao funcionário público, mas argumenta que defendia um interesse da população, que segundo ele, demonstrava insatisfação com a limpeza da praça central.

'Me sinto menor que um grão de areia', diz jardineiro após ofensas em Itanhandu (Foto: Devanir Gino/ EPTV)

“Eu admito que exagerei nas palavras e me retratei na sessão seguinte. Mas eu não expus a imagem dele, a carapuça acabou servindo. Eu estava defendendo o interesse da população, porque a limpeza da praça estava deixando a desejar”, afirmou.
O jardineiro ouviu o pronunciamento do vereador quando estava em casa. Emocionado, ele conta que se sentiu tão humilhado que pediu para trabalhar em outro local. “Eu fiquei muito deprimido por causa da acusação, fiquei com muita vergonha do povo e pedi para sair da praça”, desabafa.
O jardineiro disse que pretende processar o vereador. “Ele cometeu um erro e quando uma pessoa comete um erro ela deve ser punida”, concluiu.