'Pedi ajuda ao Conselho Tutelar', diz pai de menino morto em perseguição - ALÔ ALÔ CIDADE

'Pedi ajuda ao Conselho Tutelar', diz pai de menino morto em perseguição

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02/12/2013 12h28 - Atualizado em 02/12/2013 14:41                           

'Pedi ajuda ao Conselho Tutelar', diz pai de menino morto em perseguição

Garoto de 12 anos foi baleado durante fuga da polícia em Poços de Caldas.
Menor tinha envolvimento com drogas e passagens pela Polícia Militar.

“Pedi ajuda ao Conselho Tutelar porque ele tinha muitos problemas com drogas”, disse Paulo Juliano de Morais, pai do menino Gabriel Rocha de Morais, de 12 anos, morto após levar um tiro na madrugada de domingo (1º) durante uma perseguição a um carro furtado em Poços de Caldas (MG).

O menino estava dentro de um carro furtado no Centro da cidade quando foi atingido por um tiro, que teria sido disparado por um sargento da Polícia Militar no momento da perseguição. De acordo com o comando policial, o menino estava acompanhado por outras três pessoas e morreu ainda no local, pouco depois de ser baleado.

O Samu chegou a ser acionado, mas quando chegou ao local, a criança já estava morta. Segundo a PM, o menino já tinha passagens por furto de veículo. O sargento suspeito pelo disparo vai ficar detido no quartel da Polícia Militar, à disposição da Justiça.

Durante o velório, que aconteceu neste domingo (1º), o pai do garoto contou que ele e a mãe do menino são separados e que o menor tinha problemas com drogas. “Ele tinha problema com drogas e já teve vários atendimentos no Conselho Tutelar, foi lá várias vezes, mas não resolveram nada, só falam, falam, falam e vejam só o que aconteceu”, disse.

Ele tinha problema com drogas e já teve vários atendimentos no Conselho Tutelar, foi lá várias vezes, mas não resolveram nada" Paulo de Morais, pai do menino.
 
O Conselho Tutelar foi procurado e por telefone confirmou que o menor já foi atendido pelo órgão, no entanto, a responsável pelos atendimentos, Sidneia Araújo estava em um curso e não forneceu mais detalhes.

O pai do garoto contou também que não sabia que o menino estava na rua durante a madrugada, tampouco que havia participado de um furto. “Eu estava trabalhando quando ele morreu e a polícia não nos deu satisfação de nada. Só sei que estou vendo meu filho morto e quero justiça. Está todo mundo revoltado, nós, os amigos, os vizinhos, na escola”, comentou.

Questionada sobre o caso, a Polícia Militar destacou que o sargento apenas se defendeu. “A princípio trata-se de uma situação legítima a ser confirmada. A versão do nosso militar é de que foi necessário fazer o disparo porque antes disso ele tinha ouvido um estampido e visto um clarão, era noite. Ao passar pelos suspeitos, eles deslocaram o veículo na direção do militar e para não ser atropelado ele disparou. O menor que foi morto, apesar de ter apenas 12 anos, tem várias passagens pela polícia e já foi apreendido três vezes, sendo que duas delas foi no último mês”, esclareceu o tenente Ronaldo Soares.

O crime
 

 O caso aconteceu na madrugada de domingo (1º) quando um grupo de policiais recebeu a denuncia do furto de um veículo na Rua Corrêa Neto e durante buscas pela cidade, encontraram os criminosos com o carro na Avenida José Remígio Prézia, em direção à zona Leste da cidade.

A perseguição aconteceu até a Serra de São Domingos, próximo ao Cristo Redentor da cidade, quando o motorista jogou o veículo em cima do carro da polícia, mas foi surpreendido pelos militares. Neste momento, ele tentou atropelar o militar que estava fora do carro, e o sargento disparou contra o veículo.
Segundo a Polícia Militar, a perseguição só terminou quando o carro bateu em uma lixeira. Neste momento, o condutor conseguiu escapar e saiu do automóvel com algo não identificado nas mãos. Os outros dois suspeitos do furto – de 18 e 19 anos – foram detidos e levados para a Delegacia de Polícia Civil de Poços de Caldas.

Ainda de acordo com a PM, as buscas seguem para localizar o suspeito que dirigia o veículo furtado. O veículo foi apreendido e removido para um pátio credenciado. Há apenas uma marca de tiro no automóvel e o banco traseiro ficou sujo de sangue.

Banco traseiro do veículo ficou manchado de sangue
(Foto: Pátio Sul Minas)

Outros casos
Três casos que envolveram pessoas baleadas por militares foram registrados recentemente no Sul de Minas. No último dia 26 de novembro, um adolescente de 14 anos foi baleado por um policial em São Gonçalo do Sapucaí (MG) durante uma ocorrência. Segundo a PM, ele teria apontado uma arma para o militar em serviço.

Já no dia 20 de novembro, um pintor tentou agredir um policial militar durante uma ocorrência em São Sebastião do Paraíso (MG) e foi atingido por um tiro.

E no dia 15 de outubro,  um homem foi atingido por um tiro durante uma fuga em Poços de Caldas (MG) e morreu um dia depois no hospital.


Veja mais em: G1

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