Estiagem faz produção cair e preço das hortaliças dispara no Sul de Minas - ALÔ ALÔ CIDADE

Estiagem faz produção cair e preço das hortaliças dispara no Sul de Minas

Compartilhar isso

Lavouras não resistem ao clima quente e produtores contabilizam prejuízos.
Com falta de legumes e verduras, preços de hortaliças chegam a dobrar.

13/02/2014 15:55
A cultura que precisa de temperatura amena e água fresca está enfrentando o forte calor dos últimos meses. Sem a chuva, muitas lavouras não resistem ao clima quente e morrem, e os produtores já contabilizam grandes prejuízos no Sul de Minas. Com a falta de legumes e verduras, os preços já afetam o bolso do consumidor e muitas hortaliças chegam a dobrar de valor no mercado.

Queda na produção
Este ano, o produtor Jerry Adriani Azevedo, de Varginha, chegou a ter na propriedade 20 culturas, mas apenas metade resistiu. Em apenas uma das plantações, o prejuízo foi de R$ 10 mil. Da plantação de 15 mil pés de alface, ele acredita que só vai conseguir salvar 7 mil. "Tendo água para regar, tudo que você planta, você colhe. Agora esse período com esse calor, não tem condições.”

Sem chuva para repor água nos reservatórios, a irrigação está comprometida. Os poços da propriedade estão com apenas 30% da capacidade. "Os compradores querem verduras, mas o que eu posso falar pra eles? Não tem água pra regar, então tem que ter paciência e está faltando em toda a região”, afirma Azevedo.

Outro problema são as pragas e doenças que encontram no clima quente e seco as condições ideais para proliferação, situação que, de acordo com o agrônomo Luís Geraldo Reis, só se resolve com a chegada da chuva. "Só a chuva vindo que vai encher os tanques e os mananciais vão aumentar a sua vazão pra resolver essa situação", afirma.

Estiagem faz produção de hortaliças cair e preços no mercado disparam (Foto: Tarciso Silva / EPTV)
Estiagem faz produção de hortaliças cair e preços no mercado disparam (Foto: Tarciso Silva / EPTV)
Em Varginha, um produtor perdeu quatro mil pés de agrião. A lavoura virou mato, e no solo seco e quente, as hortaliças que sobrevivem não tem qualidade. "Não tem jeito. Acaba que a folha do alface fica com um gosto mais amargo, entre outros problemas", conta o produtor rural Ivan Tadeu da Silva.

Diminuição da oferta
Com o risco de perder a produção, muitos agricultores estão deixando de investir em culturas mais sensíveis ao calor. O reflexo dessa situação é sentido nos mercados, onde grande parte das hortaliças está em falta nas prateleiras, como a rúcula e o agrião. Em um ‘sacolão’ de Varginha, por exemplo, das 16 hortaliças oferecidas normalmente, apenas seis são encontradas no local.

Com isso, houve inflação nos preços das hortaliças. Verduras e legumes são encontrados custando o dobro do preço normal do quilo. Veja abaixo uma pesquisa nas três Centrais de Abastecimento do Sul de Minas (Ceasa) que mostra os quatro produtos que mais subiram de valor desde o início do ano.

PREÇOS VERDURAS E LEGUMES / CEASAS SUL DE MINAS
POUSO ALEGRE
Chuchu: Janeiro = R$ 15 / Fevereiro = R$ 30
Alface: Janeiro = R$ 7 / Fevereiro = R$ 14 (dúzia)
Berinjela: Janeiro = R$ 15 / Fevereiro = R$ 30
Batata: Janeiro = R$ 40 / Fevereiro = R$ 65
ITAJUBÁ
Chuchu: Janeiro = R$ 30 / Fevereiro = R$ 50
Beterraba: Janeiro = R$ 30 / Fevereiro = R$ 40
Couve-flor: Janeiro = R$ 10 / Fevereiro = R$ 24
Espinafre: Janeiro = R$ 1,20 / Fevereiro = R$ 2,50 (dúzia)
POÇOS DE CALDAS
Chuchu: Janeiro = R$ 30 / Fevereiro = R$ 70
Beterraba: Janeiro = R$ 18 / Fevereiro = R$ 35
Couve-flor: Janeiro = R$ 15 / Fevereiro = R$ 25
Espinafre: Janeiro = R$ 15 / Fevereiro = R$18 (dúzia)
Fonte: Centrais de Abastecimento


Leia mais em: G1