Prisões de pai e avó de jovem que atirou em colega geram polêmica
Grupo de amigos organizou movimento contra as prisões em Ouro Fino.
Adolescente, que também tinha sido apreendido, foi libertado.
As prisões do pai e da avó do adolescente que atirou acidentalmente contra um colega têm gerado polêmica em Ouro Fino (MG). Muitos moradores discordam da decisão do juiz João Cláudio Teodoro, que alega que os dois instigaram o menor a usar armas de fogo e a agir com violência.Com isso, um grupo de amigos organizou um movimento contra as prisões do pai e da avó do garoto, de 73 anos, que estaria com a saúde debilitada. Os manifestantes recebem consultoria do advogado Otávio Miranda, que pediu a revogação da prisão.
“O que eu vejo como importante é que o fundamento principal da prisão deles se deu como se houvesse um clamor da sociedade para que eles fossem presos e quem conhece a realidade de Ouro Fino sabe que é exatamente o contrário. Eles são pessoas de bem, trabalhadoras, honradas e que se envolveram em um acidente”, afirma Miranda.
Por meio de uma nota, o juiz explicou que mandou soltar o adolescente porque o Estado não possui vaga em estabelecimento apropriado para custódia de menores. Segundo Teodoro, a decisão foi tomada em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
As prisões do pai e da avó do adolescente são por tempo indeterminado.
O caso
Um adolescente de 17 anos foi atingido por um tiro na boca no final da tarde do dia 5 deste mês, em Ouro Fino. Segundo a polícia, o revólver calibre 32 pertence à avó do jovem que fez o disparo. O rapaz baleado foi socorrido para a Santa Casa de Ouro Fino, mas precisou retirar a bala que ficou alojada próximo à garganta em um hospital em São Paulo.
Segundo a polícia, o revólver calibre 32 pertence à avó do jovem (Foto: Edson de Oliveira / EPTV)
A polícia ainda encontrou outras armas na casa, como duas garruchas, um rifle, espadas e cinco armas de brinquedo, além de um par de algemas. Após isso, o juiz João Cláudio Teodoro determinou as prisões preventivas da avó e do pai do menino. O juiz também determinou a apreensão do menor, que depois foi liberado. Todos foram levados para o Presídio de Ouro Fino.
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