Denúncia de assassinatos de animais no canil municipal de Varginha - ALÔ ALÔ CIDADE

Denúncia de assassinatos de animais no canil municipal de Varginha

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16/01/2014 12:40
A denúncia foi formalizada pela APAV (Associação Protetora dos Animais de Varginha). De acordo com os protetores, cães estariam sendo mortos sem motivo desde o ano passado no canil municipal. Ninguém tem fotos que comprovem a denúncia, mas os protetores suspeitam do aumento do número de cães mortos: a média semanal de 4 cães registrada em 2012 passou para 12 e até 20 cães em algumas semanas, de acordo com os voluntários da associação. “São animais sem problemas de saúde que aparecem mortos de repente”, diz a presidente da APAV, Leda de Lima Teixeira.

Foto: Andreia Vilela


“Temos fotos de diferentes dias da semana com cinco, seis cães mortos. Antes eles retiravam os cães do freezer só nas manhãs de sábado. Agora, estão retirando todo final de tarde, pelo aumento no número de animais mortos”, diz outra protetora, Andreia Vilela. “Ainda trancaram o freezer e proibiram nossa entrada no canil”. Há ainda denúncias de abuso sexual e tortura. Uma cachorra teria sido retalhada e outra, degolada.

Sobre o possível assassinato de cães, as voluntárias sugerem que é utilizado cloreto de potássio. “E sem anestésico, pois em e-mails nos informaram que falta anestesia. Existe grande quantidade do produto (cloreto de potássio – veja na foto) em um armário”, diz Andreia.

Cloreto de potássio Foto: Andreia Vilela

A eutanásia de animais é permitida. Mas Andreia diz que não há registro dos animais mortos. “Também não há relatório das doações que eles dizem que aconteceram. Precisamos dos endereços de quem teria adotado os cães para podermos acompanhar a adoção e também para nos certificarmos se houve realmente a doação”.
Foto: Andreia Vilela

O secretário de Saúde, José Antônio Valério admite que houve o caso de abuso de animais. “Foi um vândalo que pode ter agido por desequilíbrio mental ou vingança. Não sei ao certo. Mas fui pessoalmente [ao canil], registrei boletim de ocorrência e tomei medidas para isso não acontecer novamente. Vamos instalar câmeras e colocar vigilância noturna”.

As protetores também reclamam de serem impedidas de entrar no canil municipal. “Isso porque todo equipamento é da APAV: desde balanças, armários, instrumentos cirúrgicos, leitora de microchips, mesa cirúrgica”, reclama Andreia. “Nosso acesso não é favor, é lei”, disse, referindo-se à legislação municipal que estabelece normas de proteção aos animais.

Valério diz que houve um desgaste no relacionamento entre o antigo veterinário e as protetoras. “Infelizmente isso ocorreu, mas vamos mudar a equipe, todos os funcionários, para recomeçar do zero. Já estamos com outro chefe veterinário. O antigo está de férias e não voltará para o canil”.

Foto: Andreia Vilela

Sobre o antigo veterinário, Leda de Lima diz que “ele afirmou que ‘não se colocaria na brecha sem um mandante’, referindo-se à morte dos animais”. A presidente da APAV diz que a declaração reforçou a suspeita de assassinato dos cães. Valério rebate a acusação: “Eu não seria louco de sacrificar animais. Mudamos a direção do canil, para ver se melhora a relação entre as protetoras e a prefeitura. Os casos de eutanásia são registrados e absolutamente legais, apenas em casos em que o animal contrai uma doença incurável”. Ele não soube dizer quantos animais foram eutanasiados em 2013.

Castração
Em 2010 o Ministério Público obrigou a prefeitura, por meio de termo de ajustamento de conduta (TAC) a realizar uma série de ações com animais de rua. Uma delas é a castração em massa na cidade, considerado o meio mais eficiente para controle. Até hoje isso não aconteceu. O secretário de Saúde afirmou que vai realizar uma campanha de castração em massa. Não tem a data, mas garantiu que será este ano.


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