Carteiros de Minas Gerais aderem a greve nacional - ALÔ ALÔ CIDADE

Carteiros de Minas Gerais aderem a greve nacional

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Reivindicação é que plano de saúde não sofra alterações; greve atingiu 12 Estados; empresa diz que benefícios são garantidos

02/02/2014 21:20
Parte dos trabalhadores dos Correios (ECT) de Minas aderiram ontem à greve por tempo indeterminado, desencadeada em 14 Estados, para tentar impedir que a empresa privatize o plano de saúde da categoria, considerado o maior benefício dos funcionários.

Protesto. Sindicato diz que 600 funcionários aderiram, ou 15% do efetivo; Correio diz que foram 2,5% - Foto: O Tempo

Na Grande Belo Horizonte houve manifestações na avenida Afonso Pena, em frente ao Centro de Distribuição da BR–262, e em frente à sede do Correio Saúde, no bairro Floresta. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Minas Gerais (Sintect-MG), pelo menos 600 funcionários da região metropolitana aderiram à paralisação em seu primeiro dia, ou cerca de 15% do total. Já a direção regional da ECT afirma que a adesão não chegou a 2,5% do efetivo e que todas as agências e serviços funcionaram normalmente.
Minas Gerais tem três sindicatos da categoria. A expectativa é que todos venham a aderir à paralisação até a próxima segunda. Em todo Estado, são cerca de 8.600 empregados, sendo 2.800 na capital.
A direção do Sintect-MG afirma que a empresa descumpre o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que impede os Correios de alterar as regras do convênio médico sem o consentimento dos trabalhadores. Além disso, os trabalhadores pedem para alterar o horário de trabalho para a parte da manhã, quando o sol é menos intenso.
“A direção implantou, ao seu bel prazer, a Caixa de Assistência Postal Saúde no dia 1º de janeiro, modificando todas as regras do convênio médico, adequando o plano de saúde dos Correios às regras dos convênio privados. Consideramos essa ação a destruição do maior direito conquistado pela categoria, que representa ganho mínimo de R$ 500 mensais para um trabalhador com quatro dependentes”, disse o membro da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), Antônio Fernando da Silva.
Ainda segundo Silva, as manifestações hoje deverão ocorrer nos mesmos locais de ontem, desta vez com a presença de familiares.
Por meio de nota, os Correios asseguram que estão cumprindo o que foi definido pelo TST a respeito do plano de saúde da empresa e garante que “todos os benefícios estão garantidos, incluindo dependentes cadastrados, porcentagem de compartilhamento, não cobrança de mensalidade ou tarifas, rede credenciada e cobertura de procedimentos entre outros”.
Outros Estados. Além de Minas Gerais, aderiram à greve unidades do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, São José do Rio Preto, Piauí, Amazonas, Paraná, Ceará, Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba, Vale do Paraíba, Roraima e Campinas, município paulista que vem enfrentando uma onda de violência sem precedentes contra carteiros, que estão trabalhando sob escolta policial. Assembleias foram realizadas na noite de ontem em várias cidades do país, o que aumenta a expectativa de maior adesão
Entre setembro e outubro de 2013 os carteiros já tinham parado, por 22 dias, pedindo alta salarial.
Extravio
No vermelho. Os Correios fecharam 2013 sem registrar lucro com a atividade na qual detém monopólio no país. O prejuízo operacional acumulado foi da ordem de R$ 817 milhões.


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