Produção da fábrica de brinquedos Estrela no Sul de Minas registra alta de 30%. Valorização do dólar ante o real beneficiou a empresa
25/11/2014 01:36
As expectativas positivas para este Natal, proporcionadas
pela valorização do dólar frente ao real, que reduziu as importações da
indústria de bens de consumo, aumentaram a produção da Estrela, maior
fabricante de brinquedos do Brasil. Desde junho, a planta mineira da companhia,
localizada em Três Pontas (Sul de Minas), opera na capacidade máxima e a
produção deste ano está 30% acima da registrada no ano passado.
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Para atender a demanda, a unidade mantém hoje aproximadamente 800 empregados - Foto: Diário do Comércio |
De acordo com o
diretor de Marketing da empresa, Aires Fernandes, a perspectiva da Estrela é de
crescimento de 25% a 30% no faturamento deste ano em relação a 2013. Isso se
deve, segundo ele, aos itens produzidos que "fizeram a cabeça" das
crianças. Entre eles, o carro-chefe da marca é a porquinha cor-de-rosa Peppa
Pig, cuja boneca se tornou o maior sucesso da Estrela nos últimos anos, seguida
pelos demais brinquedos da linha. "Realmente, a Peppa é um daqueles casos
extraordinários de sucesso, cujos números impressionam", afirmou
Fernandes.
Além disso, segundo ele, mais de 200 itens foram lançamentos e devem
impulsionar as vendas no Natal. Para atender à demanda, a unidade mineira
mantém hoje cerca de 800 empregados, quase o dobro dos 450 que tinha no ano
passado. "Embora tenha sido um ano difícil, com eventos que não
favoreceram o setor, brinquedos têm produção como itens de primeira
necessidade. No aperto, os pais deixam de comprar muitas coisas, mas não abrem
mão dos presentes dos filhos", disse. A Associação Brasileira dos
Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) prevê um crescimento de 12% do setor em 2014
na comparação com o ano passado. Segundo a entidade, o mercado nacional deve
movimentar R$ 9,5 bilhões este ano, ante R$ 8,5 bilhões de 2013.
O Natal e o
Dia das Crianças respondem juntos por 68% do movimento do ano. Para 2015,
embora não divulgue números, a Estrela estima ampliar ou pelo menos manter nos
níveis atuais o faturamento. "Esperamos passar o Natal para fazer o
planejamento do próximo ano. Mas sabemos que 2015 também não vão ser fáceis.
A
economia está estagnada e sabemos que são necessários ajustes", ressaltou.
O diretor de Marketing disse ainda que a indústria nacional de brinquedos
enfrenta grandes problemas estruturais, ligados principalmente ao alto custo de
produção. "Temos uma carga tributária enorme e nosso produto chega ao
mercado com custo final elevado. Acontece que os impostos representam 52% do
preço do brinquedo nas lojas", revela. Para Fernandes, o Brasil precisa
aprender com países desenvolvidos que tratam os brinquedos como itens
didáticos, que contribuem para o desenvolvimento motor e cognitivo das
crianças. "Se o governo diminuísse a carga tributária do setor não haveria
tanta pirataria", completou, lembrando que em função dos altos custos
produtivos somente 65% do que a Estrela comercializa no país é fabricado no
Brasil.
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