Contratação de temporários já começou em fábricas e lojas da região.
Quase metade deve ir para a produção da Kopenhagen e da Brasil Cacau
23/01/2015 01:53
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Fábrica das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, em Extrema, MG, deve ser responsável por quase metade das contratações para a Páscoa 2015 no Sul de Minas (Foto: Ascom/ Grupo CRM) |
Cerca de mil empregos temporários devem ser gerados no Sul de Minas
durante o período da Páscoa 2015. A estimativa tem como base os números
apurados pelo G1 junto aos lojistas e fabricantes do
setor chocolateiro na região. Apenas o Grupo CRM, que reúne as marcas
Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, é responsável por quase metade
dessas vagas disponibilizadas em sua fábrica, em Extrema MG.
“Para a data, o Grupo CRM contratará 100 profissionais a mais,
comparando com 2014. São 720 vagas destinadas ao parque fabril e para as
lojas próprias da marca”, informou a empresa por meio de sua assessoria
de imprensa. O grupo ainda contabiliza a geração de 2.746 empregos para
as lojas franqueadas em todo o país.
Tanto para as lojas quanto para a fábrica a seleção já começou. O
processo de contratação é feito por meio de oito agências de emprego e
há oportunidades para auxiliar de produção, auxiliar de vendas e
motoristas.
Já a Pandurata informou que não divulga quantos temporários completam
sua linha de produção em Extrema durante a campanha de Páscoa. Mas o G1
apurou que a fábrica começou a selecionar currículos há uma semana. De
150 a 200 vagas devem ser preenchidas com contratos que podem durar até
40 dias. O número de contratações é considerado próximo ao contabilizado
em 2014 pela fabricante de colombas pascais das marcas Bauducco e
Visconti.
Otimismo na indústria
Enquanto a Abicab (Associação da Indústria de Chocolates, Cacau,
Amendoim, Balas e Derivados) é cautelosa ao falar das perspectivas para a
data que chega a responder por até 30% do faturamento anual das
empresas do setor, as fabricantes do Sul de Minas acreditam que 2015
será mais promissor.
Nacionalmente, a produção para o período caiu 2%. O Grupo CRM, no
entanto, aumentou em 14% seus investimentos, apostando em um faturamento
de R$ 1,2 bilhão neste ano com a chegada de novos itens, como o
sofisticado Sweet Treasure.
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Apenas o Grupo CRM incrementou em 14% sua produção neste ano (Foto: Ascom/ Grupo CRM) |
O lançamento, feito no dia 20 de janeiro durante o Salão de Páscoa da
Abicab em São Paulo, apresenta um ovo de 1 Kg com chocolate, pistache,
macadâmia e bombom de pimenta, acompanhado por uma pulseira de prata e
pelo preço estimado em R$ 420 para o consumidor final.
A Pandurata, por sua vez, pretende entregar para os clientes 5,2
milhões de colombas pascais. É um volume estável em relação a 2014,
segundo a gerente de marketing da empresa, Renata Del Claro, o que não
significa que não haverá apostas.
“Este ano vamos apostar em uma renovação de portfólio, que vai contar
com novidades em parceria com a Hershey’s. Estamos otimistas”, garante a
gerente, que prefere manter em sigilo os detalhes dos novos produtos
que começam a chegar ao mercado a partir da segunda quinzena de
fevereiro.
Entre os lojistas, a aposta é de que as vendas de Páscoa se mantenham neste ano no Sul de Minas (Foto: Daniela Ayres/ G1) |
Páscoa enxuta nas lojas
A perspectiva de que os ganhos de 2014 se manterão na Páscoa de 2015
também existe para os lojistas. No entanto, algumas precauções foram
tomadas. Elza Maria do Couto, por exemplo, decidiu continuar com as
contratações temporárias e pisar no freio ao fazer os pedidos para este
ano.
A empresária é dona de duas franquias dos Chocolates Cacau Brasil em Pouso Alegre MG e pretende levar para a equipe mais quatro funcionários. “Esse ano
vai ser uma Páscoa mais enxuta”, avalia. “Quando fazemos os pedidos em
junho, geralmente consideramos a média de vendas do ano anterior e
acrescentamos 30%. Esse ano, eu não pedi esses 30%, mas acredito que
teremos bons resultados”, conta.
'O otimismo de hoje é a estabilidade', avalia o empresário André Luiz Morelatti (Foto: Daniela Ayres/ G1) |
Na franquia pouso-alegrense da Cacau Show, o empresário André Luiz
Morelatti também trabalha com a expectativa de que, pelo menos, não
haverá perdas nos lucros. “O otimismo de hoje é a estabilidade”,
acredita.
Morelatti abriu mão de fazer contratações e diz que comprou o mesmo
volume de produtos do ano anterior. “Com o reajuste nos preços, que deve
ficar próximo da inflação, acredito que o resultado em reais seja um
pouco maior do que no ano passado, mas tecnicamente manteremos as vendas
no mesmo patamar. Agora o mercado pode surpreender, como aconteceu no
Natal, quando eu vendi 10% a mais do que em 2013.”
Apostas
De acordo com o vice-presidente da Abicab, Ubiracy Fonseca, o cenário
de baixo crescimento econômico, aliado à alta da inflação e dos juros,
deixa o segmento de chocolates em alerta, mas não a ponto de inibir o
mercado. “O preço do cacau aumentou, o cenário econômico influencia, mas
pelo que sentimos dos fabricantes, há um otimismo cuidadoso”, diz
Fonseca.
Dados da Abicab apontam que fábricas e lojas geraram cerca de 26,5 mil
empregos no país para a Páscoa. As 2,5 mil vagas a mais do que em 2014
refletiria o crescimento no número de revendedores.
Ainda segundo a associação, o setor já produziu 20,2 mil toneladas de
chocolate até o início de janeiro, o que equivale a mais de 100 milhões
de ovos de Páscoa, e espera lançar 150 novos produtos para o período.
Para abastecer o mercado nessa data, as fábricas costumam iniciar a
produção em julho do ano anterior.
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