Manifestantes pediram melhorias no trecho que liga Varginha.
Duplicação, acostamentos e fiscalização foram alguns pedidos
02/02/2015 00:39
Panelas, faixas, cartazes e apitos, foram alguns dos instrumentos
usados por manifestantes, a maioria jovens que se mobilizaram e
organizaram para a tarde deste sábado (31), uma manifestação pacífica e
apartidária no trevo de Três Pontas, na saída para Varginha. Os 26
quilômetros de estrada são sinuosos, curvas acentuadas, pistas
estreitas, falta acostamento e aliado a imprudência de alguns
motoristas, vem a rodovia ganhar a alcunha de “Rodovia da Morte no Sul
de Minas”. O movimento chamado “Morte da MG 167 Nunca Mais”, buscou
chamar a atenção e sensibilizar a classe política pela importância da
obra realmente sair. Nas faixas, cartazes e nos gritos ouvidos por quem
passava, os jovens, muitos deles que integram o “Juventude que Levanta e
Ousa”, pedia empenho do Governo do Estado e demonstrava a insatisfação
pelas promessas da obra que arrastam a anos, que deve diminuir de forma
significativa o número de acidentes.
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Manifestação reúne cerca de 1,5 mil na MG-167 em Três Pontas, MG - Fotos: Equipe Positiva |
Eles permaneceram no trevo durante duas horas. Neste período, o
trânsito foi fechado em vários momentos. Só era permitido chegar na
cidade e os carros chegaram a formar uma fila enorme no final da Avenida
Prefeito Nilson Vilela.
Em um dos canteiros centrais do trevo foram fincadas cruzes, algumas
com o nome de pessoas que perderam a vida na rodovia. Uma delas foi
escrito o nome do jovem Nijini Rangel de 19 anos que morreu no dia 03 de
janeiro deste ano. Ele era passageiro de um Golf, onde estava com os
pais Rone César Brito e Patrícia Vitar Costa, Jéssica Silva Dias e o
motorista Lucas de Brito. O carro que ele estava bateu em pés de
eucalipto nas margens da rodovia. Além de Nijini, Jéssica que estava
grávida acabou perdendo o bebê.
Amigos e familiares de Adilson Reis Lopes (36) participaram do ato,
vestiram uma camiseta com a foto do vendedor que também foi vítima do
trecho dez dias depois. Ele seguia sentido Varginha em um Sandero,
quando tentou fazer uma ultrapassagem, na região dos Bertoldos, perdeu o
controle da direção, caiu em baixo de uma ponte e morreu na hora.
Durante todo o tempo, os manifestantes receberam o apoio da Polícia
Militar Rodoviária Estadual e da Polícia de Três Pontas. Eles também
rezaram de mãos dadas pelas vítimas
O presidente da Cocatrel Francisco Miranda de Figueiredo passou pelo
trevo e lembrou das iniciativas que já foram adotadas pela construção da
terceira pista, como a Audiência Pública no Auditório da Cocatrel.
Dentro da sua área de atuação, lembrou da quantidade de cafés que são
transportados pelo trecho. Não apenas do município de Três Pontas, mas o
café produzido em toda a região e até no Cerrado Mineiro passam pela MG
167. Como Varginha é hoje o maior Centro de Comércio de Café do mundo,
passou da hora do Governo fazer algo. O empenho de todos, de acordo com
Francisco Miranda, é que a obra seja colocada como prioridade pelo
Governo de Minas.
Marisa Cainelli Basílio é dona de uma propriedade rural as margens da
rodovia. Acostumada a ouvir os barulhos das colisões e o movimento dos
acidentes, a produtora rural conta que enfrenta um problema para chegar
em casa. Para entrar na sua propriedade, a Fazenda Zaroca, é preciso se
arriscar. O local não tem acostamento, assim como boa parte da MG e é
preciso ser rápida para não ter o seu veículo atingido ao cruzar as
pistas. A rodovia passou da hora da terceira pista, o tráfego é intenso e
lá na casa dela ela dá um testemunho, pois não há acostamento. Para
atravessar tem que ser rápido para evitar acidentes, conta ela.
De acordo com uma das organizadoras Luana , o evento foi produtivo e o
objetivo foi alcançado, que era chamar a atenção das autoridades e a
divulgação da petição que está sendo assinada na internet. Panfletos
foram distribuídos enquanto os veículos estavam parados. “Mas ainda
falta muito para o objetivo final que é a realização da obra, então lá
vamos continuar a protestar, anuncia uma das líderes do Juventude que
Levanta e Ousa.
De acordo com a organização, cerca de 1,5 mil pessoas participaram da
manifestação. Quando já estava encerrando o movimento, eles deitaram
por alguns minutos na rodovia, impedindo o trânsito para quem chegava de
Varginha.
Fotos:
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