Proposta da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais quer passar concessão da exploração das fontes de água para empresas privadas.
10/12/2017
Membros de organizações não governamentais e associações de proteção ambiental na região do Circuito das Águas de Minas Gerais estão preocupados com a proposta de privatização do manuseio dos mananciais de água feita pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMIG).
Na prática, a companhia lançou um edital em busca de um parceiro no ramo alimentício ou de bebidas que possa assumir e exercer a exploração da água nos municípios de Caxambu, Cambuquira e Lambari, no Sul do Minas.

Originalmente, a CODEMIG possui a concessão de exploração das fontes de águas mineiras nos municípios de Araxá, Caxambu, Cambuquira e Lambari.
“O edital prevê mecanismo de que esse parceiro privado poderá assumir 99% do capital e dos lucros. Então, da forma como o edital está redigido, haverá certamente um grave dano ao patrimônio dos mineiros. Porque todo esse patrimônio cultural e material será entregue praticamente de graça à iniciativa privada”, diz o engenheiro Paulo Asterio.
Ativistas da ONG Nova Cambuquira ameaçam acionar a Justiça. A cidade integra uma comunidade internacional que trata a água como direito humano e não apenas como mercadoria.
“O compromisso da cidade é defender a água, proteger a água como bem comum e como bem do povo. Um parceiro privado está dizendo que ele é o dono da água, e não o povo”, diz o ativista Marco Antônio Rodrigues.
Por meio de nota, a CODEMIG informou que não quer privatizar fontes e parques, mas sim estabelecer uma parceria pra assegurar a execução do serviço com qualidade.
Fonte: G1