Ministério
Público de Minas Gerais obtém condenações por improbidade administrativa
relacionada a contratos de coleta de lixo
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Ex-Prefeito de Passos e 6 pessoas são condenadas por fraudes licitatórias e desvios de recursos - Foto: redes sociais |
Em um
desdobramento das investigações da Operação Purgamentum, o Ministério Público
de Minas Gerais (MPMG) obteve a condenação de sete pessoas, incluindo um
ex-prefeito de Passos (MG),Ataíde Vilela, por
improbidade administrativa. As condenações estão relacionadas a ilícitos
praticados em licitações e contratos públicos de coleta de lixo na cidade,
situada no sul do estado.
A decisão
judicial aplicou diversas sanções aos condenados, de acordo com o que prevê a
Lei de Improbidade Administrativa. As penalidades incluem a suspensão dos
direitos políticos, a perda de eventual função pública, o pagamento de multa
civil, a proibição de contratar com o Poder Público e a perda dos valores
ilicitamente acrescidos ao patrimônio.
A
Operação Purgamentum foi deflagrada em 2017 pela 7ª Promotoria de Justiça de
Passos, com o apoio do Grupo Especial de Defesa do Patrimônio Público (Gepp) e
do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Na ocasião, foram cumpridos mandados
judiciais de prisão e busca e apreensão nas cidades de Passos e Ribeirão
Preto/SP.
As
investigações apontaram que, entre abril de 2010 e maio de 2017, agentes
públicos e empresários se associaram de maneira estruturalmente organizada, com
a divisão de tarefas, com o propósito de obter vantagens, direta e
indiretamente, por meio da prática de crimes contra a administração pública.
O MPMG
ajuizou duas ações civis por atos de improbidade administrativa em decorrência
dos fatos apurados. Uma delas abordou os acontecimentos na gestão 2009/2012,
enquanto a outra tratou dos acontecimentos na gestão 2013/2016, cuja sentença
foi proferida agora.
A ação
mais recente foi movida contra 22 pessoas envolvidas no esquema, incluindo as
empresas Seleta Meio Ambiente Ltda e Filadélfia Locação e Construção Eireli
EPP. A investigação revelou uma estrutura organizada da organização criminosa,
dividida em três núcleos (político, operacional e empresarial), liderada pelo
ex-prefeito.
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O MPMG
demonstrou que a empresa Seleta foi inicialmente contratada em 2009 por meio de
processo licitatório, mas, em 2012, teria se envolvido em atos de corrupção
para manter sua atuação na execução dos serviços públicos, por meio de fraudes
licitatórias.
Além
disso, a organização criminosa teria operado um esquema lucrativo de desvio de
recursos públicos do Município de Passos, incluindo fraudes tanto na
contratação quanto na execução dos contratos.
As sete
primeiras pessoas condenadas no processo receberam diversas penas, que incluem
suspensão dos direitos políticos, pagamento de multas e proibição de contratar
com o Poder Público, de acordo com a gravidade de suas condutas ilícitas. A
Justiça demonstra, com essa decisão, seu compromisso com a responsabilização
daqueles que praticam atos de improbidade administrativa.