Operação Peregrinação: Ação do Ministério Público de Minas Gerais resulta em mandados de busca e apreensão contra políticos acusados de concussão e peculato; desvios envolvem vantagens econômicas e falsificação de documentos
Vereadores Júlio César Junqueira dos Santos, Luis Henrique Santos e Jeferson Nascimento - Foto: Câmara Municipal de Vereadores de Baependi |
O Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (20/12), a Operação
Peregrinação, com o intuito de desmantelar um esquema de corrupção envolvendo Vereadores
do município de Baependi, no Sul de Minas. A ação, coordenada pela Promotoria
de Justiça local em parceria com a Coordenadoria Regional do Patrimônio Público
do Sul de Minas e o Gaeco de Pouso Alegre (MG), contou com o apoio da Polícia
Militar.
Dois mandados de busca e
apreensão foram cumpridos em desfavor dos Suspeitos Vereadores Júlio César
Junqueira dos Santos e Jeferson
Nascimento, alvos da ação penal nº 5001448-30.2023.8.13.0049. As
acusações incluem os crimes de concussão e peculato.
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Segundo as investigações,
nos meses de dezembro de 2022, fevereiro, abril e junho de 2023, os Vereadores
exigiram pagamentos de vantagens econômicas, como estadia em hotéis, aluguel de
veículo e serviços de advocacia, além de dinheiro, dos ex-assessores da Câmara
Municipal. Os valores eram custeados a partir de diárias destinadas a viagens
de trabalho, permitindo enriquecimento ilícito de Júlio César Junqueira dos
Santos em R$ 14.568,31 e de Jeferson
Nascimento em R$ 3.506,13.
Além das acusações de
concussão, uma segunda denúncia foi apresentada pela Promotoria de Justiça,
envolvendo o crime de peculato e uso de documento ideologicamente falso, desta
vez em desfavor do Suspeito Júlio César Junqueira dos Santos e do Suspeito Vereador
Luis Henrique Santos.
A investigação apontou desvios de diárias para cursos em Belo Horizonte, com
declarações falsas de frequência, causando danos estimados em R$ 4.255,81. Em
outra ocasião, os Vereadores desviaram recursos destinados a curso em Brasília,
gerando prejuízo aos cofres públicos na ordem de R$ 2.748,42.
A operação reforça o compromisso do MPMG em combater a corrupção e garantir a integridade dos recursos públicos, promovendo a transparência e a responsabilização dos envolvidos em práticas ilícitas. O desenrolar do caso será acompanhado de perto pela sociedade, que espera por justiça e ética na gestão pública.
A Câmara Municipal de Vereadores publicou uma nota de esclarecimento nas redes sociais:
Os
Vereadores envolvidos nas denúncias realizadas pelo Ministério Público do
Estado de Minas Gerais repudiam veementemente qualquer acusação da prática de
crimes na condução de seus mandatos junto à Câmara Municipal de Baependi/MG. Os
Edis informam que as denúncias oferecidas pelo órgão de acusação não se
lastreiam na verdade, pois estão sustentadas em depoimentos mentirosos, caluniadores
e que com o devido processo legal se mostrarão completamente infundadas.
Os
Parlamentares conduzem seus mandatos sempre alicerçados na honestidade, nos
princípios da boa-fé e na probidade no trato com a coisa pública, unindo
esforços na busca da melhoria das condições de vida da população e colaborando
com todas as autoridades públicas.
Assim,
manifestam que às acusações estão distantes da verdade e informam à população
de Baependi que diante da defesa a ser apresentada oportunamente, será
demonstrada a completa inocência quanto aos fatos.