Especialistas destacam impacto positivo da norma na educação e no convívio entre estudantes
A nova Lei nº 15.100/2025, sancionada no Brasil em 13 de janeiro, determina a proibição do uso de telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos portáteis em escolas públicas e particulares, inclusive no recreio e nos intervalos entre as aulas. A medida visa reduzir o impacto negativo do uso excessivo de telas, melhorar a concentração e o desempenho acadêmico dos estudantes, além de estimular a interação entre alunos e professores.
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Nova lei proíbe uso de celulares em escolas para promover aprendizado e socialização - Foto: MPMG |
As coordenadoras das áreas de Defesa da Educação e
dos Direitos das Crianças e Adolescentes do Ministério Público de Minas Gerais
(MPMG), Giselle Ribeiro de Oliveira e Graciele de Rezende Almeida, enfatizam
que a escola é apenas um dos espaços de formação dos estudantes, sendo a base
educacional responsabilidade da família. Elas ressaltam a importância da
convivência democrática, inclusão, diversidade e combate a problemas como
bullying, violência de gênero e racismo.
Na capital mineira, a preocupação com o uso
excessivo de telas já havia motivado a criação da Lei 11.715/2024, que
instituiu a Campanha de Conscientização e Prevenção à Nomofobia em Belo
Horizonte. Nomofobia é o medo ou ansiedade gerada pela ausência do celular,
levando à irritabilidade e dificuldades de socialização.
Para Giselle Ribeiro, a nova lei federal representa
um avanço na promoção da saúde mental e no aprimoramento do aprendizado
escolar. Ela esclarece que a legislação não demoniza a tecnologia, mas busca um
controle mais adequado do uso recreativo do celular. Graciele de Rezende
reforça que a proibição durante o recreio é essencial para estimular a
interação entre os alunos e reduzir a perda da capacidade imaginativa e social.
A implementação eficaz da nova norma dependerá da
colaboração entre famílias e escolas. Giselle Ribeiro destaca que, agora, a
proibição não é apenas uma escolha educacional, mas uma obrigação legal. Os
pais desempenham papel fundamental na conscientização dos filhos sobre os
benefícios da medida.
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Nova lei proíbe uso de celulares em escolas para promover aprendizado e socialização - Foto: MPMG |
Além da fiscalização, o MPMG defende a necessidade
de políticas públicas que garantam alternativas saudáveis ao uso excessivo de
telas. Graciele de Rezende alerta para a realidade de muitas famílias em
situação de vulnerabilidade, onde a ausência de espaços seguros para
brincadeiras e socialização torna difícil restringir o uso de dispositivos
eletrônicos.
O Caoeduc acompanhará as gestões municipais para
garantir a continuidade de políticas públicas voltadas à educação e ao
bem-estar dos estudantes, independentemente de mudanças governamentais. Giselle
Ribeiro destaca a importância da destinação adequada de recursos para a
educação e infância, assegurando investimentos a longo prazo.
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Nova lei proíbe uso de celulares em escolas para promover aprendizado e socialização - Foto: MPMG |
As promotoras também enfatizam a necessidade de promover a diversidade e inclusão nas escolas, garantindo suporte adequado a estudantes com necessidades especiais e prevenindo formas de exclusão. A lei brasileira de educação prioriza equidade, garantindo oportunidades ajustadas às necessidades de cada aluno, incluindo aqueles superdotados.
Bullying, racismo e violência de gênero são
desafios que exigem a participação ativa de toda a sociedade. Projetos do MPMG,
como o Ginga, voltado à construção de uma cultura antirracista nas escolas, e o
Com Viver, focado no combate ao bullying e cyberbullying, são iniciativas
fundamentais para promover um ambiente mais seguro e inclusivo.
A convivência democrática e o engajamento de toda a
comunidade escolar são apontados como caminhos essenciais para solucionar
problemas estruturais da educação. As promotoras reforçam que escolas com forte
participação dos pais e professores conseguem melhores resultados acadêmicos e
sociais.
Com a nova lei, espera-se que o ambiente escolar se
torne mais propício ao aprendizado e à interação social, garantindo um futuro
mais saudável e equilibrado para crianças e adolescentes.