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Pesquisadores da Unifal estudam fungo que atinge trabalhadores rurais

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15/11/2013 19h42 - Atualizado em 15/11/2013 20h28

Pesquisadores da Unifal estudam fungo que atinge trabalhadores rurais

Contaminação da micose conhecida como PCM acontece nas lavouras.
Doença chamou a atenção da Câmara de Alfenas que elaborou um projeto.

Pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) desenvolvem um estudo pioneiro de um fungo que atinge principalmente os trabalhadores rurais. A contaminação da paracoccidioidomicose, um tipo de micose também conhecida como PCM, acontece durante o trabalho nas lavouras.
A trabalhadora rural Maria Aparecida dos Reis Freitas sempre trabalhou na roça em Machado (MG) e no ano passado descobriu que tinha a doença ao passar por um dentista. Ele percebeu uma ferida na boca dela e a aconselhou que procurasse um médico. Os exames mostraram que ela havia contraído a PCM. “Deu uma infecção muito forte na gengiva e nos dentes. Eu tive que extrair todos os dentes também”, conta.
Segundo especialistas, este tipo de fungo pode estar presente na água, nas plantas e no solo. As lavouras de café são ambiente de grande incidência desse micro-organismo. A contaminação pode acontecer justamente quando o agricultor entra em contato com a terra.
De acordo com o pesquisador Luís Cosme, a partir da descoberta dos casos será possível fazer um trabalho de acompanhamento e divulgação da doença. Há três anos, a equipe dele começou um diagnóstico. Mais de 540 pessoas de vários municípios do Sul de Minas foram examinadas. Os testes de laboratório apontaram que quase metade já teve contato com o fungo, o que não significa que vão desenvolver de fato a doença.
 

Fungo atinge principalmente trabalhadores rurais (Foto: Reprodução EPTV)

“Apesar de ser uma doença conhecida, a prevalência dela ainda é desconhecida para os trabalhadores r para a ciência. Por isso estamos fazendo os estudos para saber quantas pessoas estão realmente expostas ao fungo”, explica.
O médico pneumologista Evandro Magalhães, que também participa do projeto, explica que o fungo atinge principalmente os pulmões e os sintomas são parecidos com os da tuberculose. As pessoas apresentam tosse, febre e emagrecem rapidamente. O mais grave é que, em alguns casos, as duas doenças aparecem juntas. “Infelizmente em 10% dos casos as duas doenças podem coexistir. Portanto, o médico que atende essas doenças crônicas infecciosas tem que sempre ter um olhar sobre essa possibilidade”.
Segundo o professor Luís Cosme cerca de duas mil pessoas devem ser examinadas. A conclusão do trabalho será encaminhada para a Secretaria Estadual de Saúde.
 
Pesquisadores da Unifal estudam o PCM (Foto: Reprodução EPTV)
 
 
 
Projeto na Câmara A gravidade da pesquisa chamou a atenção dos vereadores de Alfenas, que fizeram um projeto que pretende atender as pessoas com PCM. O objetivo é garantir o acesso ao tratamento da doença e formar uma equipe com vários profissionais para diagnosticar e tratar os pacientes.
“A lei passa por três momentos: prevenção, exames para detectar a micose  e remédios gratuitos para tratar os trabalhadores contaminados”, afirma o vereador autor do projeto, Waldemilson Gustavo Bassoto.
 
 
 
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